Tuesday, July 24, 2007

Eleições em Lisboa

A pedido de várias famílias e com uma semana de atraso devido ás férias que estou a gozar, resolvi comentar as eleições intercalares de Liboa (EIL). No geral, o resultado mostra que cada vez mais as pessoas estão de costas voltadas para os políticos e que esse sentimento não foi, na sua maioria, compensado pelas candidaturas dos chamados independentes.

Ao contrário da maior parte dos políticos, eu penso que existem sempre nestas coisas vencedores e vencidos, ganhadores e perdedores ou os grandes e os pequenos.

Os Derrotados:

O primeiro grande derrotado é o sistema democrático porque, a abestenção de mais de 60% dos eleitores mostra que estamos com uma crise de confiança neste sistema vigente, nos seus partidos e nos seus protagonista. No entanto, não concordo que isto foi um castigo consciente dado pelos Lisboetas aos políticos dado que, na minha opinião, só poderiamos dizer isto caso houvesse uma grande maioria de votos brancos ou nulos (como um amigo meu que votava sempre no Sousa Cintra ou no Boda). Mas, de facto não houve votos brancos e isso mostra uma coisa pior do que uma crise de confiança, mostra uma um desinteresse.

Paulo Portas é outro grande derrotado, mais ainda do que Telmo Correia que apenas foi um peão no meio disto tudo. Portas é mais uma prova de os portugueses não gostam daqueles que voltam depois do seu tempo. Foi assim com Fernando Gomes e o Porto, foi com assim com a candidatura extemporânea de Mário Soares novamente a PR, foi assim com Cavaco na primeira eleição que concorreu a PR e é assim com Portas. Considero que esta foi a primeira grande derrota de Portas dado que, no caso anterior que é a Madeira o resultado era impossivel ser outro. Ao sair do CDS na altura pior, em que saía do Governo, as pessoas viram-no como alguém que iniciou uma onda e depois saiu dela antes de rebentar, deixando lá os outros. Paulo Portas quiz voltar e ser o São Sebastião da Direita portuguesa e até agora, apenas tem sido o D. Quixote dessa mesma direita lutando contra moinhos de vento.

Outro derrotado foi Marques Mendes, que tentou com estas eleições fazer a única coisa que podia e que se pedia a um lider da oposição, colar a candidatura do PS ao Governo e à grande onda de contestação que varre o país contra Socrátes. Não conseguiu e ainda foi castigado de duas maneiras: pelos que votaram outra vez no Carmona e que não lhe perdoram que tenha feito cair a câmara; e por outro lado, foi castiagado pelos que não gostam dos resutados na CML do PSD, com processos sobre a EPUL e outras empresas municipais que não consigo escrever os nomes.

Por fim, penso que Louçã e o seu bloco tiveram uma pequena derrota, dado que lhes foi mostrado que em Lisboa não se vota no BE mas sim em Sá Fernandes.

Os Vencedores:

O primeiro vencedor, por todas as voltas que se dê, é Carmona Rodrigues que conseguiu ter tantos vereadores e mais um por cento de votos que o candidato do partido que o apoiou nas ultimas eleições. Esta vitória, não prova a sua inocência, mas prova que muitas pessoas acreditam na pessoa de Carmona Rodrigues. Aliás, este seu processo mostra que têm razão aqueles que defenderam que o problema dos candidatos não políticos corriam o risco de se rodearem de maus políticos. Carmona viu-se envolvido em processos menos claros e que ainda hoje não sabemos o resultado que vai ter mas, ele é sem dúvida um dos vencedores.

O Segundo vencedor é o novo presidente da Câmara de Lisboa que, com custo e apesar das gafes de Júdice, conseguiu descolar da imagem do Governo. Pelo que vi e li da campanha (dado que estava em Espanha), fez uma campanha positiva e nada agressiva, ao contrário de Fernando Negrão. Conquistou Lisboa e tem a possibilidade de em dois anos começar a ganhar credibilidade, aumentando o combate á abstenção.

Helena Roseta não é para mim uma vencedora, dado que não conseguiu sequer ir buscar os votos volateis do centro, aqueles que votam PS e PSD, dependendo dos projectos e dos candidatos, aqueles que deram as maiorias a Cavaco e a Socrates. Marcou a sua posição e deixa agora toda a gente à espera do que vai fazer. No entanto, a sua indisponiblidade para coligações e pactos para dois anos é de louvar. Espero e acredito que, nos dossieres importantes, vai tentar chegar a consensos e não bloquear a câmara. No entanto, é perfeitamente compreensível que os acordos se resumam a isso dado que é uma candidatura independente e como tal não pode colar-se a um partido como se nada fosse e defraudar as pessoas que nela votaram por acreditarem na sua indepedência.



PS - Só mais uma coisas: quando deixarem comentários, coisa que muito me alegra, ou menos digam quem os escreve

No comments: