Desde que cheguei a Sueca e Cullera, que tenho reparado que as paredes do Hotel Santamarta devem ser de pladur. Ao inicio ouvi vizinhos a ressonar, o Dread a falar com a Dama e a TV do quarto ao lado. Mas, até hoje, nunca passei por nada ao nível do episódio que vos passo a relatar.
Há cerca de umas semanas, o meu chefe veio cá ver a loja e, como já começa a ser normal, o avião dele chegou com umas horas de atraso (deve ter dado um pontapé no traseiro do Espanhol errado, para lhe acontecer o que lhe acontece na Iberia). Sendo assim, e como o voo dele era na madrugada do dia seguinte, ficámos a trabalhar na loja até tarde. Depois disso ainda fomos jantar e por volta da uma da manhã chegámos ao hotel, sabendo que tinhamos que sair no dia seguinte ás 5 da manhã.
Depois de lavar os dentes, vesti o pijama e deitei-me sabendo que ia dormir pouco. Nesse preciso momento, os habitantes do quarto ao lado envolveram-se numa cena amorosa algo ruidosa, em que ela gemia e ele bufava que nem um cavalo (só lhe faltava relinchar). Estiveram nisto durante cerca de 20 minutos e quando pararam, pensei eu que já conseguiria dormir. Enganei-me redondamente.... Talvez satisfeito pela sua performance, o MR. ED foi para a banheira tomar um ruidoso duche, em que cantou trechos da Traviata, da Aida e alguma outras peças de opera.
Entretanto, consegui adormecer por alguns minutos mas, fui despertado pelo segundo Round. Se o primeiro tinha sido em homenagem aos caválos, este segundo devia ter o patrocínio do “Querido Mudei a Casa”, dado que devem ter redecorado o quarto todo. O arrastar de moveis, o barulho da cama e as porradas na parede eram do mais sonoro que havia. Já cansado de toda a situação, liguei para a recepção para explicar o sucedido e fui informado que outras pessoas tinham feito o mesmo e que, dado ser a terceira queixa, iriam entrar em contacto com os habitantes do quarto. Ouvi o telefone tocar e eles pediram desculpa e acalmaram...
Mas foi por pouco tempo e, vim eu depois a saber que o pior estava ainda guardado...
Entre risinhos e respirações ofegantes, descobrir que o terceiro acto desta trágico-comédia era dedicado ao Arquitecto Tomás Taveira, por sugestáo explicita e perfeitamente audível da rapariga em questáo. Para mal dos meus pecados e das minhas reduzidas horas de sono, o rapaz atendeu aos desejos da sua amada e, se até então tinham sido barulhentos, a partir desse momento foi o fim da picada, digno que deixar o Arquitecto das Amoreiras lisonjeado. A rapariga berrou a plenos pulmões pela Máe, por Deus, pela Avó e por quem se lembrou... Já farto, oiço o telefone deles tocar, ele pedir muita desculpa e eu, para não ficar atrás, dei uma estalada na parede e eles pararam....ERAM 3 DA MADRUGADA.
Resumindo, durmi 2 horas. Na noite seguinte, penso que começaram outra vez mas, eu já nem ouvi nada , dado que dormia a sono solto e só soube porque na Recepçáo me perguntaram no dia seguinte se tinha ouvido alguma coisa.
E anda um gajo cá fora a lutar pela vida, para ouvir estas coisas
No comments:
Post a Comment