A semana passada voltei a Lisboa ao fim de 4 semanas de estadia em Espanha e, para aproveitar o feriado do 5 de Outubro, fiz a viagem numa quinta-feira e por Madrid.
Enquanto esperava para entrar para o avião, devido a mais um incumprimento normal da Iberia, ouvi outro passageiro a comentar que tinha vindo de carro de Alicante dado que o aeroporto loca estava fechado devido ao mau tempo. Olhei pela janela e vi que, efectivamente, as condições climatéricas estava a piorar rapidamente. Mais tarde, quando entrei no avião (um Airbus A-320, ou seja, substacialmente maior do que o que me costuma levar a Lisboa), encostei-me a janela e preparei-me para dormir, pensando que essa seria a melhor maneira de passar uma viagem que se advinhava turbulenta.
Quando me preparava para por o meu sistema em stand by, reparei que o lugar que estava entre mim e o meu companheiro de viagem estava vazio mas, uma rapariga da minha idade falava com outra em pé e dizia que queria que fossem juntas. Finalmente, depois de muita inistência da amiga, lá se sentou e fez questáo de dizer que tinha medo de andar de avião e por isso queria ir sem a amiga. Enfim, lá se acalmou e eu nem dei por o aviáo descolar porque já dormia.
Alguns minutos mais tarde, já cruzando os céus desta peninsula, acordei sobressaltado com um “Aiiiiiiiiiii” de grande parte do avião e com uma pessoa a chorar ou rezar (sinceramente náo percebi o que era) ao meu lado. Abrir os olhos, observei a dita rapariga e o meu companheiro de viagem disse-me que tinhamos passado por um poço de ar e ,que ela estava nervosa. Lá a tentámos acalmar mas, ainda eu estava a acabar de dizer que aquilo era normal, voltámos a cair noutro posso dar e dos grandes. Assustei-me, mas para não deitar por terra a fama de machos latinos, lá disse a rapariga qualquer coisa como que aquilo que se estava a passar era derivado por estaros a passar entre as nuvens (perdoem-me a redundância). A rapariga, muito assustada e com lágrimas a correrem-lhe pela cara, pediu-me o saco para vomitar, dado que o banco dela não tinha, e agarrou-me a mão dizendo histericamente:
“Sabe, eu tenho muito medo de andar de avião”
Jura, pensei eu, não tinha reparado nada.
“Apesar de ser colombiana”, continuou sem eu sequer lhe ter perguntado nada, “ e viajar duas vezes por ano ao meu país, eu continuo com muito medo e ainda por cima eu vou ter com o meu noivo a Madrid porque nos vamos casar brevemente”.
Eu, ainda estremunhado e não refeito do susto do Poço de Ar, pnesava para comigo porque raio é que me contava aquilo tudo. Nesse momento, passámos por outro poço de ar pequeno e a rapariga desatou a chorar e a vomitar.....
Aquilo lá acalmou e a rapariga lá se controlou.
Quando aterrei em Madrid, reparei que a porta do voo para Lisboa era mesmo ao lado daquela que eu tinha saido e, como não estavam ainda a embarcar, procurei uma “jaula de vidro” que eles têm para fumadores e lá fui matar o vício. Estava eu descansado entre duas baforadas de fumo, qual animal no Zoo, quando me aparece a dita rapariga com um mulato que devia ter 2 metros por 2, ou seja o verdadeiro armário, e lhe disse que eu tinha sido o “homem que a tinha acalmado no avião”.
Por segundos, pensei que ia levar uma berlaitada no focinho que me faria levantar os 100 e alguns kilos do chão com a rapidez com que se vira a página de um livro e que apenas ficariam os meus sapatos, como nos livros de Asterix... Mas, para minha sorte e do meu filho/filha que ainda está para nascer e deverá querer conhecer o Pai, o dito Roupeiro de Três Portas estendeu-me a mão, apresentou-se e agradeceu a ajuda que eu tinha dado a “novia”....
O que vale é que o Castelhano, ao contrário do Português, não é uma lingua traiçoeira porque senão, este vosso bloguista andava a beber água por uma palhinha.
No comments:
Post a Comment