Saturday, November 24, 2007

Quebra no Consumo

Segundo o último estudo publicado da TNS, o Lidl registou uma quebra de 16% no seu cabaz médio no primeiro semestre do ano. Para os leigos na matéria, o cabaz médio é o valor que em média é comprado pelos clientes. Para aqume não é leigo e trabalha neste mercado, sabe que não praticamente empresa nenhuma que não se queixe do mesmo em Portugal.

Com o aumento do petróleo e da Euribor, as famílias portuguesas vêem-se na necessidade de poupar e cortar em certas coisas. Mas, o lógico seria que fossem mais ao Lidl e que esta empresa aumentasse o seu cabaz e as suas vendas. Porque não acontece?

Primeiro por mérito ás cadeias de Supermercado, como Modelo e o Pingo Doce que foram as que mais cresceram no mesmo periodo. Todas as grandes cadeias de Super e Hipermercados têm ao longo dos anos a desenvolver uma forte política de marcas de primeiro preço. Se há alguns anos atrás o enfoque era dado ás Marcas Próprias (produtos semelhantes aos mais vendidos de cada segmento mas, tendo a marca o mesmo nome que a própria empresa que a vende), os superes e hiperes voltaram-se nos ultimos anos para marcas de primeiro preço, com uma estratégia de mkt directo reduzida mas, com preços muito convidativos.

Em segundo lugar, penso que dificilmente este estudo reflecte uma boa percentagem dos clientes do Lidl. Muitos dos clientes deste tipo de lojas são emigrantes de leste, que por vezes habitam em casas com mais 10 compatriotas e que estão ilegais. Não vejo estas pessoas a participarem em estudos destes.

Se as grandes superficies alimentares se podem queixar, imagineos então o chamado retalho especializado. Não falo tanto sobre as lojas de electrónica de consumo, tipo Media Markt, Fnac e Worten. Essas, normalmente, vivem do crédito dos seus clientes. O Tuga, animal semelhante ao Espanhol, é um animal que gosta de mostrar e por isso compra muita coisa desta através do crédito de forma a mostrar aos amigos e restante família, a TV mais fina, o telemovel mais xpto, etc. Falo então das de desporto, de bricolage, de papelaria, etc. Cada uma destas tem a sua maneira de fugir a estas crises mas, estão a senti-la na pele.

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