Existem vários ensinamentos pelos quais tento orientar a minha vida mas, o mais importante é sem dúvida a ética profissional.
Ao longo dos anos em que trabalhei no Jumbo e na Mestre Maco, tenho visto coisa que a meu ver não deveriam de todo acontecer e que, para mim são mais importantes que qualquer capacidade técnica. Recentemente, tive de me deslocar a um tribunal para explicar que tinha dado uma ordem directa a um trabalhador da minha empresa e que ele não só a tinha compreendido e repetido, como até a tinha confirmado a outras pessoas. Dois anos mais tarde, sou forçado a ouvir em tribunal pessoas que nunca estiveram presentes nesse momento a negarem que tal ordem tenha sido dada por mim ou pelos dois chefes de secção que a repetiram ao trabalhador. O facto de os tribunais embarcarem nestes casos não me surpreende dado que todos temos o direito de tentar provar que fomos lezados em alguma maneira. No entanto, não deixa de me causar um certo ardor no estomâgo a facilidade como se mente e se inventa em tribunal e me leva a pensar que, pessoas mais bem preparadas intelectualmente possam refutar acusãções muito piores.
Sei que tudo isto pode parecer ingénuo, mas ao longo desta curta carreira de 10 anos na distribuição que quase levo (juntando o Jumbo á Mestre Maco, muitos sãos os exemplos que tenho visto que justificam o tal ardor no estômago. Pessoas que dizem mal do chefe ao chefe do chefe, pessoas que cospem no prato onde comem e mudam de opinião e dizem as coisas mais diferentes conforme o seu interluctor, etc. Por mais que me custe ou venha a custar, este fim-de-semana não fui capaz de calar a minha revolta e tive que dizer a uma pessoa por quem tinha alguma estima, consideração e amizade que acima de tudo para mim está a ética e que essa ética não é substiuída de forma alguma pela capacidade técnico profissional.
Triste é que não exista em muitos casos qualquer respeito pela hieraquia e que se ofenda qualquer um por dá cá aquela palha. Não tenho mau feitio nem tenho qualquer prazer em magoar as pessoas, da mesma maneira que não consigo desejar mal a quem por vezes me tenta fazer mal. Mas, por outro lado, não consigo dar a outra face ao fim do primeiro estalo e muito menos meter a cabeça na areia como a avestruz. Por ser agnóstico e talvez um pouco ateu, não acredito na justiça divina mas, acredito que quanto mais se sobe maior um dia será a queda.
Parte da minha geração, aquela que não estudou ou que não se esforçou para subir na vida pela via do trabalho, está neste momento alheada de tudo e, pior que isso tudo, estão convencidos que o facto dos ordenados serem baixos lhes dá o direito de sacar mais alguma coisa das empresas. Esta geração, que teve muitas coisas que os pais não tiveram, acha-se dona de todos os direitos possiveis e imaginários e desposada de qualquer tipo de deveres.
Mais irritante ainda é a falta de respeito pelas hierarquias, que cada vez mais me deparo em todo o lado. As pessoas esticam a corda até partir de depois ficam muito tristes e por vezes chorosas quando são chamadas à razão ou à Pedra.
É minha convicção que as pessoas gostam de levar na cabeça, pelas burrices que fazem.
Por isso digo, como toda a frontalidade: quanto mais conheço as pessoas mais gosto do meu cão e dos nossos gatos porque esses sim são leais e nada mais.
Fica o desabafo
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