Todos nós, mais cedo ou mais tarde, somos entrevistados para um programa de televisão. Ou porque testemunhamos um acidente ou porque vamos a um espectaculo e nos perguntam como correu ou porque simplesmente vamos no meio da rua. A mim, aconteceu-me à uns anos esta ultima versão: estava eu a sair de um eléctrico quando uma repórter da TVI me pergunta ou que eu achava das alterações climatéricas. Eu, com o pensamento longe, lá balbuciei alguma coisa.
Ontem, enquanto almoçava, entrevistaram um popular que vive na aldeia de Amarante onde ocorreu um atropelamento durante uma procissão. O senhor, com um discurso muito corrido, tinha uma voz que conseguia irritar um santo. Para além disso, lá explicou que há uns atrás ia acontecendo uma tragédia do género mas, um dos participantes da procissão conseguiu abanar uma vela (sem a apagar, o que é espantoso) e o Jeep parou.
Depois, o repórter perguntou se ele achava que hoje (domingo de Páscoa) deveria ser feita a visita pascal pelo Padre da aldeia. O senhor começou por dizer que não era a pessoa mais correcta para responder (talvez por não por os pés numa igreja desde o seu próprio baptizado) mas, na sua opinião, devia ser feita mas sem foguetes.
Isto tudo para dizer o seguinte: nós tugas temos a capacidade de Opinar sobre tudo e mais alguma coisa. E se nos deixarem estamos horas a opinar. Em suma, o emplastro é aquilo que todos nós queremos ser mas, por vergonha ou falta de oportunidade, não somos.
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