Tuesday, June 30, 2015

Receita de Bacalhau com Natas.... Nã, estava a brincar, é mais uma opinião sobre a Grécia.

Já que todo este mundo europeu tem opinião sobre a crise grega, a postura dos credores e Syrisa, penso também estar habilitado a dar a minha opinião. Mas, para tentar ser mais explicito, vou tentar fazer por pontos:
1.       Syrisa:
A postura do Syrisa peca, na minha opinião, por não ter dado a entender logo de inicio que não iria aceitar as propostas da Troika. A meu ver, e dada a legitimidade que tinha por ser recentemente eleito, deveria ter dito desde o inicio que caso não chegassem a acordo com a troika para que fossem aceites as suas propostas, optaria por uma consulta popular.
Ao contrário do que dizem pessoas como a Helena Matos, os programas de governo são para serem cumpridos e, caso um governo seja obrigado a fazer algo que não está no seu programa de governo, deverá consultar novamente os eleitores. Seja por eleições antecipadas ou seja por referendo (em questões de economia penso que esta ultima opção não é a mais adequada).
O Syrisa tem uma posição invejável pois, a qualquer momento, pode alegar que não foi ele que criou este problema e que está a resolver o que os outros fizeram, em nome do povo Grego. Mas, tem que ter uma postura mais aberta.

2.       Troika
A Troika, chefiada pelo o FMI da senhora Lagarde, está mais interessada em que as ideias e a força do Syrisa sejam quebradas do que como chegar a acordo. Neste momento, o movimento de centrismo a puxar para Direita, com os partidos do PPE aliados aos moderados socialistas de França, não querem por nada deste mundo que seja apresentada e aprovada uma outra via para combater a crise financeira. Não querem porque tal situação poria em causa as politicas seguidas por Portugal e Espanha (por exemplo), onde sempre foi passada a ideia que não havia outra possibilidade. No entanto, a postura da Irlanda que tentou fazer a ponte entre a UE e a Grécia, é de louvar. Em contrapartida, a postura do governo português não o é. Mas é compreensível, dado que estamos em ano de eleições e o pior que poderia acontecer era alguém mostrar que poderia haver outro caminho. O mesmo se passa em Espanha, onde outra via seria utilizada e cavalgada por partidos como o Podemos e o
Ciudadanos.
Por isso, mais do que chegar a acordo, é mais importante quebrar o Syrisa. .

3.       Esquerda Moderada Europeia
A Esquerda moderada como PS português ou o francês, está completamente perdida.
Em Portugal, depois da euforia desmedida na vitoria do Syrisa, Costa e seus pares têm alternado em “uma no cravo e outra na ferradura”. A postura, não difere muito do PPE e denota uma total ausência de ideias neste aspecto e uma postura fraca. Como partido do Centrão (ou do arco da governação, como é fino dizer), claro que o PS tem o “rabo preso” na crise em Portugal. Já nem falo, como a maioria, que tudo que passámos é culpa do Sócrates e de mais ninguém. Essa ideia aliás, tem sido muito bem impregnada na sociedade portuguesa por um sem numero de “opinion makers”  bem colocados nas televisões (Marcelo na TVI, Mendes na SIC e Sarmento na RTP), bem como diversos colaboradores em publicações como o Observador.
Voltando ao PS, neste caso  francês, claro que não interessa qualquer colagem ao Syrisa, sob pena de perder o peso que tem na Europa e junto da Senhora Merkel. Também não interessa, tanto  a franceses como a alemães, que seja cortadas as despesas de compra de material militar nos orçamentos da Grecia, pois é daqui que muitas empresas alemãs e francesas vão buscar vendas e dinheiro.
Por isso, metem o socialismo na gaveta e siga para “bingo”.

Comunicação Social
Agora com este impasse até domingo, os telejornais vão ter que andar a encher chouriços até domingo.

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