Tuesday, September 11, 2007

Quebras e a Globalização

Quem já trabalhou em Supermercados ou sabe como estes funcionam, sabe que muitas coisas que chegam ao final do prazo de validade são dadas para quebra e por conseguinte vão para o lixo. Muitos desses produtos estão em condições de serem consumidos mas, por força das regras de higiene e segurança pública, não podem ser vendidos.

Em Portugal, que é a realidade que conheço, muitas dessas coisas são entregues pelos hipermercados a instituições de solidariedade social mas, a grande maioria acaba mesmo no lixo. Lixo para nós, mas que pode ser utilizado por outras pessoas.

O armazém da Izi de Sueca está ao lado do armazém do Eroski, cadeia de supermercados uoriunda do país basco e com forte expansão. Esta unidade tem vendas muito fracas e por vezes, numa volta a loja, facilmente se vê a degradação dos produtos frescos queimados pelo gelo ou frio. Logo, as quebras são mais que muitas e não é raro ver familias inteiras de etnia cigana e que arranham muito mal do Espanhol, não escondendo por isso a sua origem de leste, a "pilharem" o lixo do supermercado. Estas pessoas aproveitam tudo e organizam-se como qualquer grupo de assalto: o patriarca fica no carro estacionado a uns metros a frente, esperando o sinal da matriarca e suas crianças para avançar. Quando isso acontece, enchem o carro contudo o que apanham. Por estas razões já nós fechámos o armazém sempre que não temos lá ninguém.

Para uma pessoa não deixa de ser triste ver um espectaculo destes e a tendência normal é virar a cara e fingir que não vimos nada. Mas, esta situação passa-se várias vezes ao dia sempre mais ao final do dia, de forma a que as pessoas não sejam vistas.

Em suma, também aqui se passa fome!

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